Número de propriedades associadas à ABPO dobra em 2022
O dobro de propriedades cadastradas de 2021 para 2022, esse é o saldo da Associação Brasileira de Pecuária Orgânica (ABPO) com relação ao número de fazendas certificadas em produção de carne orgânica e sustentável do Pantanal de Mato Grosso do Sul. Segundo dados da Embrapa Pantanal e Embrapa Gado de Corte, em apenas três anos, de 2013 a 2016, foi registrado aumento acima de 200% no número de animais e na quantidade de carne proveniente dessa cadeia. O crescimento exponencial dos abates mensais com certificação de carne sustentável também foi observado no período de junho de 2020 a maio de 2021.
“Atualmente, há fazendas certificadas em produção de carne orgânica e sustentável em todas as regiões pantaneiras do Mato Grosso do Sul (MS). Aproximadamente seis marcas já comercializam o produto nos mercados interno e externo e seis indústrias frigoríficas são credenciadas para fazer o abate desses animais”, explica o Gerente-Executivo da ABPO, Silvio Balduíno.
As pesquisas relacionadas a produção de carne orgânica no Pantanal começaram em 2004 através de pesquisas da Embrapa, ABPO e WWF e ao longo dos anos foram identificados pontos importantes como levantamentos de custos, desafios e oportunidades desse tipo de produção, como o crescente aumento do interesse do consumidor final neste tipo de produto.
“Precisamos pensar sempre num sistema eficiente, que traga retorno ao produtor, por isso a importância da adoção de tecnologias que visem o aumento da produtividade e a redução de perdas, para que a cadeia cresça de forma mais eficiente e lucrativa para o produtor, buscando sempre a conservação do bioma”, enfatiza o Presidente da ABPO, Eduardo Cruzetta.
Outro ponto importante quanto ao programa e que chama atenção dos pecuaristas para sua adesão sãos com certeza os incentivos fiscais. Segundo Silvio Balduíno, os pecuaristas da região que se dedicarem à produção de uma proteína orgânica ou sustentável poderão optar por duas premiações, para receber o plus pela certificação - para o sistema orgânico (devem seguir a legislação de produção orgânica determinada pelo Lei Federal n° 10831), isenção de 67% do ICMS. E para o sistema sustentável (adoção do protocolo da ABPO), com isenção de 50% do ICMS.
Segundo o pecuarista Junior Sidoni que há 16 anos produz na região de Coxim e que acabou de começar a participar do Programa, o que mais chamou a atenção foi a remuneração. “A gente busca sempre agregar valor ao nosso gado, eu também participo de outros programas, mas não é fácil conseguir benefícios no meu rebanho mais novo, devido a dificuldade logística para conseguir suplementação animal, e fora esses animais mais novos, nós não conseguimos uma valorização com o restante dos animais. Então eu fui estudando até conhecer o programa da ABPO e vi que eles conseguiriam me trazer esses benefícios para todo o rebanho, além do reconhecimento da nossa região”.